Mais de um ano e meio de pandemia, e muitos são os reflexos desse período em nossas vidas, especialmente, em nossa saúde. Percebemos pessoas emocionalmente fragilizadas, por conta da solidão provocada pelo isolamento social e pela perda de entes queridos.
A pandemia escancarou nossas limitações e nos colocou frente a frente com nossos medos, entre eles, o medo de estar só.
Uma pesquisa feita pela Ipsos, uma empresa de pesquisa e de inteligência de mercado, mostra que nós, os brasileiros, estamos em 1º lugar entre 28 países, em ranking dos que mais sentem solidão. Na pesquisa, feita entre 23 de dezembro de 2020 e 08 de janeiro de 2021 , metade dos entrevistados brasileiros, declarou se sentir sozinha e 52% disseram que esse sentimento aumentou nos últimos 6 meses, quando já vivíamos em meio a pandemia.
O que fazer então, para minimizar os impactos do isolamento e da ausência dos amigos e familiares? Para a psicóloga Clara Deboleto, como o período atual não nos permite estar com amigos e familiares da maneira como gostaríamos, uma alternativa para manter esse contato de maneira segura, é usar os meios virtuais de comunicação. “A tecnologia se expandiu neste momento, principalmente, por ser um veículo de possível aproximação de pessoas. Procure combinar chamadas de vídeo com pessoas queridas semanalmente, reuniões familiares, experimente esses momentos. Isso pode amenizar os impactos do isolamento”
Outra dica da psicóloga, para minimizar os impactos do isolamento, é não deixar o medo da solidão se tornar adoecedor. “O medo é um mecanismo necessário para nossa sobrevivência, porém seu excesso se torna prejudicial para o nosso organismo. O ideal é identificar quando o medo excessivo se torna prejudicial para que você possa amenizá-lo.
A solidão pode nos proporcionar reflexões incríveis sobre nós mesmos, possibilitando o autoconhecimento”, reflete.
Outro aspecto bastante impactado em nossa vida, por conta da pandemia, foi a alimentação. Muitas pessoas deixaram de se preocupar tanto com o que colocam no prato, outras, adotaram hábitos mais saudáveis.
Um estudo publicado em novembro de 2020, no periódico científico Nutrients mostrou que os adolescentes de cinco países, incluindo o Brasil, tiveram consumo modificado de alimentos fritos, alimentos doces, legumes, vegetais e frutas, durante o confinamento indicado para redução da transmissão da Covid-19. A pesquisa, revelou o aumento do consumo de frutas e hortaliças durante o distanciamento social, e também observou maior ingestão de doces e frituras entre os jovens.
Com relação ao padrão de consumo de hortaliças e frutas entre os adolescentes, a pesquisa mostra que 43% deles consumiram vegetais todos os dias durante o confinamento, contra 35,2% que consumiam antes. Da mesma forma, apenas 25,5% dos adolescentes pesquisados consumiram pelo menos uma peça de fruta por dia antes da Covid-19, contra 33,2% durante o confinamento.
Em compensação, a ingestão média de alimentos fritos e doces aumentou significativamente durante o confinamento. Enquanto 14% dos adolescentes consumiam alimentos doces todos os dias antes da pandemia, durante o confinamento, esse percentual aumentou para 20,7%.
A nutricionista Meiryélle Deboleto explica que para uma alimentação saudável, é recomendado o consumo de 3 porções de frutas e verduras, ao longo do dia. Ela diz ainda que é preciso consumir leite e derivados, que são ricos em cálcio, importante para o fortalecimento dos ossos.
“Ao lado do grupo de leite podemos destacar a importância de carne e ovos que estão presentes na mesma base da pirâmide alimentar. Os alimentos desse grupo são ricos em ferro e vitaminas B6 e B12, e ajudam a prevenir anemias. O grupo de ovos e carnes recomenda-se no máximo 1 porção ao dia”
Também é importante o consumo de feijão e oleaginosas “Esse grupo também é fonte de ferro, e ajuda no transporte de oxigênio pelo sangue. A recomendação é 1 porção ao longo do dia”, alerta a nutricionista.
Outro grupo de alimentos importantes, que devemos consumir e que são fonte de energia, e responsáveis pelo transporte de vitaminas do complexo B, é o grupo de óleos e gorduras.
Recomenda-se 1 porção ao longo do dia.
Já o grupo de açúcares e doces, são alimentos ricos em carboidratos simples, não possuem fibras e apresentam poucos nutrientes. Seu consumo deve ser moderado em no máximo 1 porção ao longo do dia.